RESULTADOS

07/02/2010

PRESENÇA JÁ TRADICIONAL DA TRILOPEZ NO CRUCE DE LOS ANDES !!

Nos dias 05, 06 e 07 de Fevereiro, Luis Carlos Leal com Nilton Renó e Eduardo França com Pablo Stanger, foram os nossos representantes em mais uma edição do Cruce de Los Andes. A dupla Nilton/Leal ficou na 26a colocação e a dupla Pablo/Edu completou bem a prova, ficando na colocação 270a. PARABÉNS A TODOS !! Acompanhem abaixo o depoimento do atleta Luis Carlos Leal e Eduardo França: "" Dale Dieguito!! Como vc está? Peguei teu recado no meu celular quando estava chegando de volta no Brasil, por isso não te dei retorno antes!! Obrigado pela força!!!! Este ano a corrida foi muuuito complicada, com várias falhas da organização, e sobretudo atitudes, que fazem pensar se vale a pena voltar ano que vem ou não. Foram tantos erros que eu te conto pessoalmente.....um atrás do outro!!!! Além do frio e da chuva que não deram trégua!!!! Mas para vc ter uma idéia rápida, no segundo dia , eles dividiram o acampamento em dois, em razão de que os caminhões com containers não conseguiram chegar ao acampamento original, pois uma ponte se rompeu pela chuva e impedia a passagem dos caminhões. Desta forma, só dois ou três caminhões conseguiram passar, o que acredito que representava uns 15% dos containers das equipes. Assim, depois de quase duas horas de havermos chegado, e ficarmos sem qualquer informação - e frio, e chuva, e roupa encharcada, e o cacete!!! - nos informaram que aquelas equipes que encontrassem seus containers neste acampamento original, aí deveriam acampar; sendo que as outras teriam que descer caminhando mais 5KM até chegarem em um acampamento alternativo que foi montado perto do local onde os caminhões ficaram presos. Não sei se por sorte ou azar, eu e o Niltão encontramos nosso container, o que nos possibilitou, depois de quase três horas, armar a barraca e colocar uma roupa seca. Se por um lado foi bom, pois conseguimos nos secar antes e não ter que caminhar os tais 5KM; por outro, ficamos em um acampamento sem a menor infraestrutura, uma vez que não foram só os caminhões com os containers que não chegaram, não chegaram os banheiros, não chegou toda a comida, e os próprios funcionários da organização ficaram no acampamento alternativo. No acampamento original, alguns poucos corredores, uma funcionária da organização que, as vezes aparecia, e as vezes sumia! Nossa dieta neste dia, se restringiu à linguiça, que foi a comida que nos chegou.....rsrsrs......linguiça pós etapa, para recuperar; e linguiça pré etapa para dar energia. Fomos dormir as 07h00 da noite, pois não parava de chover e não tinha muito mais que fazer e comer. Fomos deitar sem saber se haveria 3ª etapa, a que horas largaria, de onde largaria.....Discretamente e sem insistirmos muito no assunto, chegamos a cogitar a possibilidade de abandonarmos aí a prova, até porque, a promessa era de que o 3º dia seria a etapa mais longa, com cerca de 37KM (e fazê-los à linguiça seria terrível!!!rsrs) Pela manhã a funcionária do Club de Corredores nos informou que deveríamos carregar os containers nos caminhões e descer para o outro acampamento, ou seja, 5KM trilha abaixo, pois a largada seria feita no acampamento alternativo. Caminhamos até a largada sem saber commo estavamos na classificação, uma vez que no 1º dia terminamos na 26ª colocação e o resultado do 2º dia não foi divulgado no acampamento em que estávamos. Meio desanimados, meio cansados, chegamos à largada, e aí tinha uma lista com a classificação do 2º dia, em que estávamos em 27º no geral, exatos 06 minutos atrás dos 26º. Botamos pilha um no outro, e parece que naqueles 5 minutos pré largada conseguimos recuperar o foco na prova. Largamos bem, forte, puxando a corrida lá na frente, ao final tiramos os tais 06 minutos, recuperamos a 26ª colocação, ficamos a 27 segundos da 25ª posição e 1 minuto e 40 seg. da 24ª, com um total de 11h20min22seg. Tenho muito que maldizer a organização, mas fiquei muito feliz com nossa capacidade de lidar com o imprevisto e com a dificuldade. Talvez como experiência, tenha valido mais que os outros cruces. Acho que a dupla funcionou como uma equipe mais que nunca! A Trilopez/Brasil arrancou esta 26ª posição! Bom....corrida feita, página virada! Hora de pensar nas próximas....e Santiago me parece uma excelente opção! Vou ao treino amanhã para falar um ""oi"" para vocês, e já estou me sentindo muito bem para voltar a treinar!! Abraço grande, maestro! E vamos com tudo!! Luiz ""Salve Diego e amigos da Trilopez. No 1º dia da prova eu e Pablo resolvemos sair sem correria uma vez que a largada seria à medida que as equipes quisessem. Após umas duas horas de ônibus tentando conciliar a paisagem, espectativa pré-prova e a vontade de prorrogar a noite de sono para poupar energia para a corrida chegamos. Enchemos as garrafinhas de gel e deixamos alguns casacos e peso morto no guarda volumes que seria levado ao acampamento 1. Corrida 1º dia Achamos que o primeiro dia seria fácil pois a distância não era tanta (menos de 30k) e a altimetria entre 600 e 950m, com saída e chegada em torno de 800m de altitude Fizemos um alongamento bem miguelado e começamos, devagar, com prudência para não gastar as fichas no começo. Nem precisava pois o próprio caminho nos primeiros 4km era um single track com descidas e subidas íngremes em que não dava para correr mesmo... Pegamos alguns congestionamentos e depois de uns 45 min fizemos os primeiros 5km e chegamos num estradão de terra. Beleza podemos começar a correr, mas sem perder o controle pois aquelas duas meninas que nos passaram nos primeiros 50m de estrada já estão ficando para trás no km 6... No km 9 entramos de novo na trilha, um pouco mais larga e plana, mas em muitos lugares tínhamos que andar ou pela inclinação ou pela quantidade de gente na frente. Aí no km 13, com umas duas horas e quinze de prova paramos numa fila sem muita explicação. Aos poucos fomos entendendo o que se passava. Era uma fila para passar numa ponte de madeira com uns 50 m de extensão em que só passava uma dupla de cada vez. Ficamos 1h e 10m nessa fila. É o visual mais impressionante do percurso. Uma garganta com o rio de água turquesa correndo uns 50m abaixo entre os cânions e uma cachoeira de cada lado... Seguindo na corrida chegamos no km 18 com umas 4:20hs de prova e já avistávamos o acampamento 1 com as primeiras barracas já montadas. Começamos a contornar o lago e subimos mais uns 150m de desnível bem íngreme e ao chegar no km 25 chegamos no ponto de atravessar o lago por lancha. Nova fila com uma hora de espera. A essa altura já tínhamos gasto todo gel lanche e água e aí apelamos para encher o camel na beira do lago mesmo... Atravessado o lago (uns 400m de lancha) fizemos a última perna com uns 6k e chegamos ao acampamento 1 com 7:15 de tempo. Desse total acho que passamos mais de duas horas parados em fila o que dá um tempo líquido de pouco mais de 5hs, compatível com o nosso pace. O Nilton e Leal fizeram em 4:07. O percurso revelou-se mais difícil e longo do que imaginávamos (acrescido das horas paradas em filas) Tinha muitas subidas e descidas íngremes e improvisamos um cajado com galhos em vários trechos. No Garmin deu 2550m de subida e descida. À noite vimos a nossa classificação: 350º em 750 duplas. Acampamento 1 Corrida 2º dia Começamos na 7ª largada (de 301 a 350) debaixo de uma chuvinha fina, com uma notícia de que faríamos um trajeto alternativo com distância de equivalente (23k) por causa do mau tempo. Largamos com capa, luva, polar e um bastão de caminhada para cada um, que já fizera falta no primeiro dia. Depois de uns 500m, já resignados, nova fila numa piramba com muita lama. Esqueci de ligar o Garmin no início mas acho que devemos ter ficado mais ou menos uma hora em fila de novo para vencer uns 500m... Depois desse trecho começamos a deslanchar??? Ultrapassando na subida (sempre caminhando) as duplas sem bastão e as mais lentas. Saímos de 800m e chegamos a 1550m em aprox. 2h:30, com 5k percorridos. Dava para ver o vale do rio Foyel lá embaixo, nosso destino no 2º dia. Depois desse pico começou uma descida em trilha, e lá pelo km 12 com 750m de altitude começou novo estradão, se bem que voltamos ao vale anterior do lago escondido... Pensamos: Oba!, agora é só trotar uns 10 km numa descidinha, contornando a montanha que chegamos no acampamento 2. Que nada. Após baixarmos a 470m logo saímos da estrada plana principal e pegamos uma secundária que subia até 650m e depois descia novamente a 460m. Conseguimos trotar bem na 2ª metade deste dia e passamos várias duplas que andavam... No final o trecho mostrou-se mais longo do que o previsto (27k ao invés de 23k) e mais ou menos a partir do km 24 começamos a pregar e caminhar um pouco mesmo no plano. Para fechar o trecho atravessamos um rio com água até o umbigo, por uns 50m e chegamos ao acampamento 2. Tempo de 5h:22, e nossa classificação subiu para 291º. No Garmin deu 1757m de subida e 2137 de descida. Ficamos por umas duas horas numa barraca gigante com umas 200 pessoas, tentando se esquentar. As roupas estavam bem molhadas e usei o cobertor de papel alumínio pois havia corrido um bom trecho sem capa. Depois dessas duas horas descobrimos que o acampamento havia sido transferido de lugar e que teríamos que seguir para lá na boléia de um caminhão um trecho (2k) e caminhando (3k). Acampamento 2b Corrida 3º dia No terceiro dia estávamos em dúvida quanto à distância pois dos 37k originais já havíamos feito uns 4 ou 5 caminhando na véspera? Alguns diziam que estes kms seriam diminuídos e outros que seriam acrescentados ao 3º trecho. Começamos na 6ª largada (251 a 300) e após 3k de estradão paramos na única fila do dia, para atravessar uma ponte de madeira, 10 pessoas de cada vez. Tempo de fila: só 25m. Foi bom para traçarmos a nossa estratégia do dia. Como seria o trecho mais longo correríamos 25m e caminharíamos 5m. Mais uma vez conseguimos manter um trote constante mesmo nas várias subidinhas, sempre em trilha, e passamos várias duplas. A partir do Km 20 começamos a só caminhar, numa subida mais importante (de 430 a 580m com lama) e usamos mais uma vez os bastões para não escorregar. Em seguida uma descida equivalente (também com lama em uma parte) e chegamos à segunda ponte de madeira do dia. De novo uma ou duas duplas de cada vez, passando sobre um riozão turquesa lá embaixo. Neste ponto passamos a correr pela estrada e já começamos a ver as primeiras vans voltando para Bariloche com os corredores que já tinham terminado. Faltavam uns 10k e nesse ponto meu Garmin parou de funcionar. Achávamos que era só administrar mais uns 10k em estrada mas, passado algum tempo, nova trilha à esquerda, subindo pelo morro, de novo impossível de correr. Devia faltar uns 7k. Uma vez descido o morro passamos por mais algumas poças de lama, um pasto e caímos de novo na estrada. Alguém falou faltam 3k. Ôba! Quando faltava 1km, nova trilha no plano, pelo mato, que terminava num gramado (faltavam 500m). Daí, só de sacanagem, uma subida tipo um campo de futebol em 45º e, lá de cima avistamos o pórtico da chegada. Pablo e eu cruzamos a chegada juntos, e daí, tudo muito rápido, medalha, e fila sob uma garoa para pegar os 4 carimbos no passaporte. Seguimos direto para as vans e nesse momento, menos de meia hora depois de terminar a corrida, começou a bater um cansaço e frio enormes, de três dias acumulados. Até pifar o garmin tinha dado 22,7k e 1568m de subida e 1629m de descida em 3:13 Tempo da etapa, 05:12 ganhamos mais 21 posições!, 270º lugar Tempo total da corrida: 17:06:40 Day After Estamos bem, ninguém mancando. Fomos passear de barco e até dá para descer uns degraus de escada sem dar bandeira da corrida da véspera."" Eduardo França